Em qualquer reunião entre representantes e responsáveis por várias entidades, e sem qualquer juízo de valor sobre os mesmos, o ritmo, a convicção e a urgência da mesma e dos seus resultados pode ser ditada ou influenciada por muita coisa.
Explique-se melhor. O estatuto, o estado de espírito, a competência e a agilidade dialética e técnica de cada um, marca, inevitavelmente, o decorrer e porventura, o desfecho da reunião.
Imagine-se agora uma reunião entre técnicos ou representantes políticos da administração pública e, por exemplo, dirigentes e/ou comandos associativos de bombeiros. A reunião versará obviamente temas comuns, mas com diferentes tipos de abordagens por cada um deles.
Um homem é um homem e as suas circunstâncias, é comum citar-se, entendendo-se que são precisamente as circunstâncias que moldam ou ativam as atitudes e a forma de estar.
Voltemos ao tipo de reunião atrás referida e às circunstâncias em que os presentes a fazem.
Os técnicos e representantes políticos da administração pública, não estando em causa a sua legitimidade nem a boa fé na sua presença, têm a certeza que, apesar das pretensas dificuldades do organismo que ali representam, no final de cada mês têm garantida a sua justa remuneração.
Do outro lado da mesa estão os dirigentes e/ou comandos de associações de bombeiros. Estes, na esmagadora maioria dos casos, exercem essa atividade pro-bono e nos intervalos das suas atividades profissionais próprias ou por conta de outrem.
Por isso, quando todos esses se sentam à mesa juntos ressalta sem querer o estatuto diferente com que o fazem e o enquadramento social e económico por que o fazem.
A solução poderá estar num exercício simples, em que uns se metam na pele dos outros, na avaliação, no ritmo, na convicção e na urgência das decisões que importa tomar. Se o fizerem porventura será mais fácil ganhos de causa em próximas reuniões.