O negacionismo é um posicionamento de todas as épocas e, por isso, na nossa, aqui ou ali vão aparecendo situações destas. É uma perspetiva de uma realidade muito própria que alimenta tese sobre coisas que no entender dos seus mentores nunca existiram ou que não aconteceram, pese embora o facto das evidências dizerem o contrário.
A presença das ambulâncias dos bombeiros à porta das urgências dos hospitais é uma evidência, alarmista para uns, “trabalhada” para outros, mas insofismável para a generalidade. E é precisamente nesse sentido que os bombeiros, mesmo que colaborantes e solidários para com o Sistema, por vezes lancem alertas quando no seu entender o mesmo Sistema pode estar a fraquejar. É a sua obrigação fazê-lo perante as suas comunidades e perante a opinião pública. Há quem não goste e os critique por isso, paciência.
Mas numa lógica realista e pragmática será de louvar o alerta lançado por um hospital que tomou a iniciativa de anunciar a situação difícil que estava a viver. Tratava-se de estar a reter as macas dos bombeiros, de vir a público reconhecer isso e anunciar estar a fazer tudo para vencer esse percalço.
Essa informação terá permitido até aos bombeiros, nalgum caso, explicar um qualquer atraso ou indisponibilidade do momento para acorrer a um pedido de auxílio em face da retenção da maca da ambulância.
O conhecimento da realidade é sempre forma de ajudar a analisá-la e a melhor resolvê-la. Isso é o que os bombeiros pretendem ao envolver-se no Sistema. Negar a realidade dá sempre maus resultados. E os bombeiros, inclusive, recusam-se a servir de cortina para isso.