O Governo anunciou recentemente que prevê apresentar até final do ano a revisão do modelo da Proteção Civil. É de saudar essa intenção que, aliás, corresponde a promessa inserida no programa eleitoral sufragado pelos portugueses.
Esse anúncio terá já suscitado, porventura, algum nervosismo e o mexer inusitado de cadeiras perante os desafios que se apresentam à própria estrutura. Desde logo, um dos desafios é repor as estruturas distritais. Outro dos desafios tem a ver com os comandos regionais e sub-regionais cuja existência sempre suscitou dúvidas, face ao acréscimo de custos que envolveu e, também, face às dúvidas operacionais, tornadas certezas, na descoordenação verificada aquando dos incêndios florestais.
Para a Liga dos Bombeiros Portugueses estas questões são óbvias. Esperava-se que mais cedo ou mais tarde a pulverização de estruturas da P. Civil viesse a dar asneira, mas, porventura, tão depressa e de forma tão enfática é que não. Mas os acontecimentos, por si só, acabaram por demonstrar o mal que estava feito. Reforçando também o ponto de vista da LBP expresso pela primeira vez no Governo de António Costa.
O Governo terá que mudar o que anteriores fizeram de mal. Todo esse processo, complexo sem dúvida, terá que ser realizado sem beliscar nem comprometer a gestão normal da própria Proteção Civil, o que não é de todo impossível.
Nesse processo, também, poderá haver resistências, como sempre, em qualquer momento de mudanças. Sobre isso apenas haverá que distinguir entre quem quer viver do sistema ou, trabalhando nele quer contribuir para a mudança.
Uma coisa é certa, e a LBP não esconde, importa garantir que fiquem no sistema os melhores.
