A cena tem-se repetido todos os anos. No calor da tragédia diz-se que agora importa vencer a guerra e só depois fazer balanços. É sistemático que isso aconteça e tudo ficaria bem se, na verdade, passada a refrega, houvesse a coragem de fazer o balanço, lamber as feridas e sará-las com medidas concretas, que passa pela assunção dos erros, pela sua avaliação e o apontar de soluções.
Queremos acreditar que tudo isso se vai passar finalmente, depois de muitos anos de sucessivos arranques e recuos do mesmo discurso no final da época e perante o teor do programa governativo em funções.
A Liga dos Bombeiros Portugueses, acompanhada da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais, foi criticada por alguns por ter votado contra a DON2/DECIR na Comissão Nacional de Proteção Civil. Fê-lo convictamente na certeza da oportunidade e da legitimidade do seu voto em prol do país e dos seus bombeiros. Então, como declaração de voto fez questão de sublinhar que a dimensão da sua posição tinha um carácter construtivo, ou seja, continuava disponível para introduzir mudanças e melhorias no documento. Depois disso nada mais aconteceu.
O momento difícil que estamos a viver, como aconteceu no passado com outros responsáveis e outros Governos, tem muitas razões de ser. Todas elas são válidas e forçosamente passíveis de solução assim haja coragem e determinação para isso.
Uma última palavra para resistimos à tentação de sacudir os problemas para debaixo do tapete como já aconteceu.
