Entre dois fogos

Aproxima-se o Orçamento de Estado para 2026 com a promessa do Governo de que vai olhar pelos bombeiros. As questões não são novas, são do conhecimento do Governo, de todos os partidos parlamentares e até das autarquias. Não há défice de informação sobre todas elas e espera-se que esses interlocutores façam o trabalho de casa estudando os documentos que a Liga dos Bombeiros Portugueses fez chegar a todos.

As questões interligam-se, chegam a depender uma das outras sem volta a dar. As carreiras dos bombeiros e o subfinanciamento das suas associações são o exemplo mais demonstrativo disso.

Do passado vem a memória de que as verbas que antes estavam exclusivamente indexadas aos bombeiros deixaram de o ser passando a ser partilhadas com a proteção civil. Depois, na tentativa de corrigir o incorrigível, criou-se em 2015 o atual modelo de apoio. Tudo isto, sem delongas, é facilmente demonstrável, e os decisores políticos que o fizeram estão entre nós.

A nova atualização do ordenado mínimo que se espera será, mais uma vez, para as associações uma novidade que tanto se deseja como se teme. Deseja-se por se saber da necessidade de pagar melhor aos colaboradores das associações. Teme-se por não se saber onde encontrar os meios para garantir isso.

Este impasse é um dos males que o tempo não cura, antes agrava sempre. Caso não haja mudanças significativas. Foi assim nos últimos anos com o aumento dos custos generalizados na vida das associações em que os vencimentos são o mais preocupante. O querer fazer mais e melhor, e o precisar de mais meios e não os ter, é o dilema diário das associações de bombeiros para o qual aguardam agora resposta do Governo.

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