Depois da bola vêm os incêndios

Terminado o campeonato nacional de futebol entram em ação outros “opinadores”, uns lamentavelmente sempre escusados e outros credíveis. No entanto, à falta de melhor, as televisões baralham todos no mesmo saco e ora sai bola preta ou bola branca.

Os incêndios florestais, por si só, são um flagelo, mas a forma como a comunicação social os noticia também o é. Por um lado, porventura, por falta de comunicação regular e localizada da proteção civil que permita informar com fundamento e credibilidade. Por outro, por falta de deontologia na feitura da informação. Tudo isso combina um caldo perigoso, aterrador até, que é bom para abrir primeiras páginas e telejornais, à falta de outras notícias do mesmo quilate, mas que não informa, apenas desinforma. Em contraponto, obviamente, também não se pretende uma informação monocórdica e passiva. Certo é que há muito a fazer nesse domínio.

Uma das áreas onde tudo se diz e nada se diz é sobre os números, os números de incêndios, os números de bombeiros (operacionais para outros) no terreno, os números de viaturas e os números de meios aéreos. O que significam, com rigor, os números ninguém explica. Só ouvimos é às vezes os queixumes de populares sobre os meios aéreos que não veem passar, mas que são referidos nas notícias. Ou, até dos bombeiros que também não encontram no local onde estão, mas que veem citados aos milhares na zona.

Tudo isto é desinformação porque não é contextualizada no tempo e no espaço nem identificadas as variações pendulares dos meios nos teatros de operações.

Para não falar já das causas do passado recente esquecidas, mesmo que o jornalista esteja a fazer o direto com um matagal por trás e apenas a exacerbar as consequências do presente.

 

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