A realidade é muitas vezes madrasta. Se um qualquer extraterrestre descesse à terra e entrasse num quartel de bombeiros, porventura, teria dificuldade em perante o visual de normalidade e quietude ativa destrinçar as dificuldades sentidas pelos bombeiros e pelas suas associações. O mesmo pode acontecer com algum terráqueo que também não esteja minimamente familiarizado com os problemas dos bombeiros.
Esse visual, tantas vezes comum, “esconde” uma realidade tantas vezes diferente. Uma realidade que, pese embora os obstáculos e problemas de subfinanciamento e quejandos, aparentemente não levanta dificuldades aos bombeiros. Vive-se com as aparências de uma realidade que, de facto, não existe, ou melhor, existe na postura cívica e altruísta dos bombeiros.
Esta realidade aparente é sofrida pelos bombeiros com o desafio e exigência coletiva de continuar a socorrer nas melhores condições, mesmo que as condições existentes não sejam as desejadas.
Este jogo de uma realidade de aparências, que até surte efeito porque tudo corre com aparente normalidade, na verdade não é verdade.
E o Estado, os sucessivos Governos e as próprias populações vão encarando esta realidade com manifesta surdez e invisualidade.