É sempre doloroso tocar na ferida, mas muitas vezes é a forma mais direta para perceber se ela está a sarar ou simplesmente a perpetuar-se, em linguagem simples.
No último fim de semana, o vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante Emanuel Santos, lembrou a urgência da renovação dos meios terrestres dos bombeiros, ou seja, pôs o dedo numa ferida que continua aberta e que, utilizando a mesma linguagem, tarda em sarar.
Não há planos de reequipamento dos bombeiros há quase um quarto de século. Tudo o que se passou, entretanto, não constituíram quaisquer planos coerentes e articulados. Foram simples candidaturas a verbas comunitárias de que resultaram grupos de viaturas, normalmente VFCI, destinado a resolver um problema do Estado esquecendo as prioridades, as necessidades e a equidade de tratamento das associações de bombeiros.
Muitos desses processos de candidatura foram enganosos porque o seu desfecho estava já determinado. Falamos de casos concretos conduzidos por uma ANEPC do passado.
A retoma dos planos de reequipamento é a única solução lógica para o futuro próximo. Até lá o Estado vai continuar a solicitar a utilização de viaturas para as quais nada contribuiu, mas com que conta.
Falamos de viaturas adquiridas pelas próprias associações, por benfeitores, subscrições públicas, através de orçamentos participativos municipais ou de apoios diretos das autarquias.
