“Portugal não pode esquecer aqueles que morreram pelos portugueses.
Aqueles que no cumprimento da sua missão; proteção e prestação de socorro a quem precisa, que com honra do dever e no cumprimento da sua missão altruísta perderam a vida.
Será sempre insuficiente o reconhecimento público aos que fizeram e fazem parte, de um pilar estruturante num Estado de direito democrático – os Bombeiros Portugueses.
Compete-nos, hoje e sempre, não só homenagear, como também refletir sobre o exemplo daqueles que se sacrificaram e deram a sua própria vida por outra vida.
Sem esquecermos a dignidade com que enfrentaram e enfrentam as adversidades e, a forma como aceitam os riscos. E sem nunca vacilar.
A Liga dos Bombeiros Portugueses com elevado respeito, por todos os que no cumprimento da sua missão já partiram, homenageia hoje estes homens e mulheres que de forma altruísta e abnegada se entregaram às suas missões, em nome dos sobejamente conhecidos valores que nos movem enquanto bombeiros.
Na função que abracei recentemente como Comandante Nacional Operacional dos Bombeiros, curvo-me orgulhosamente perante o sacrifício e o serviço prestado por estes homens e mulheres que usavam o uniforme dos Bombeiros quando perderam a vida.
Curvo-me perante as famílias e a perda irreparável das mesmas. Perante o tempo que abdicaram em prol de quem mais precisava e perante este espírito de luta e abnegação que é tão nosso!
Como se de uma corrida, sempre em contramão, se tratasse!
Sabemos o quão importante é fomentar na sociedade civil, enquanto coletivo, a consciência da importância do bem comum, da coesão ou de outros valores igualmente importantes.
Mas, hoje, permitam-me falar do valor da nossa atividade.
Porque, hoje mais do que nunca, é obrigatório conferir aos Bombeiros o que é nosso por direito.
E se esta é a geração vencedora do conhecimento, da diversidade e dos privilegiados da globalização, então que, ao palmilhar este trilho, quer de forma individual quer de forma coletiva, possamos colher frutos.
Sempre com a incumbência de responder à sociedade em situações que não foram planeadas quando tudo o resto falha, e dizermos – Presente! Como sempre o fizemos, sem beliscar a nossa credibilidade e quebrar a confiança que todos os portugueses têm em nós.
Este é o nosso tempo. Não vamos desistir de agarrar esta oportunidade, pelo que temos que juntar ao habitual rigor que colocamos na gestão dos nossos recursos, uma grandiosa quantidade de criatividade. Não só na procura de soluções económicas, que possibilitem alcançar a nossa produtividade institucional, de uma forma mais eficiente, como também apostar na formação e capacitação das novas gerações.
Todo este esforço de otimização dos Bombeiros tem como objetivo único melhor servir Portugal e os Portugueses. Esta é a melhor homenagem que podemos fazer àqueles que partiram. Semear, aqui e agora, no presente, valores de honra e de coragem, de espirito de entrega, dedicação, profissionalismo, seriedade e união, que se perpetuem nas gerações futuras.
Termino, dizendo que sou um homem de fé.
Um homem que acredita que é sempre possível fazer mais e melhor.
Os Bombeiros são a maior força de segurança a nível global.
No nosso ADN está o melhor que a humanidade tem.
Somos solidários num mundo cada vez mais egoísta…
Procuramos repor a ordem onde está implementado o caos…
Salvaguardamos a paz onde existe a guerra e incansavelmente restituímos a segurança onde ela manifestamente foi retirada.
Por tudo isto, só posso acreditar que se avizinham tempos de mudança para nós Bombeiros e que a melhor forma de prever o futuro, é cria-lo.
Honra e Glória aos bombeiros de Portugal!
Viva os bombeiros de Portugal!
Obrigado.”
(Discurso do Comandante Nacional Operacional de Bombeiros, durante a cerimónia de homenagem aos bombeiros falecidos, realizada no dia 4 de maio, na sede da LBP)
