Em 2023, os bombeiros vão dispor de 31,7 milhões de euros, o que representa um aumento de 6,7 % no financiamento do Estado, mas esse valor é insuficiente e nem cobre o valor da inflação, afirmou o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) ao “Expresso”.
António Nunes acrescenta que “só o aumento do salário mínimo nacional vai provocar um aumento de oito milhões na despesa, e o subsídio do Estado apenas cresce dois milhões”, já para não falar nos custos com fardamentos, viaturas e outros equipamentos.
A mensagem do presidente da LBP é clara: falta dinheiro, equipamentos, estratégia.
O congresso extraordinário nasce da revolta dos bombeiros face ao alheamento do poder político e nele querem discutir o comando nacional de bombeiros, o financiamento e as operações. Neste último caso, é inadmissível que sejam os bombeiros obrigados a suportar os custos logísticos de todas as operações de socorro e só mais tarde ressarcidos pela ANEPC. Um caso concreto: qual é a lógica dos bombeiros terem que adiantar e pagar 200 litros de um lubrificante para uma máquina do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas envolvida numa operação? Mas é isso que acontece noutras situações, nomeadamente nas refeições.
Se nada for feito os bombeiros podem desaparecer, adverte o presidente da Liga, precisando que não é tarde, nem é cedo, é urgente.